8 – TIPOLOGIA DOS CAUSADORES DE EVENTOS CRÍTICOS

Eles são os causadores da crise, ele é que fazem as exigências, com eles é que vão ser encetadas as negociações, deles é que dependem as vidas dos reféns e eles é que serão enfrentados pelos policiais, no caso de se optar pelo uso de força letal.

Assim sendo, é da mais vital importância que se enfatize a coleta de informações sobre os perpetradores. As suas motivações, os seus antecedentes, a sua periculosidade, a sua destreza no manuseio de armas, etc., são exemplos de dados que devem ser exaustivamente levantados ao longo da crise. Disso pode muitas vezes depender uma solução satisfatória do evento.

Buscando auxiliar as autoridades policiais na difícil missão, da coleta de dados a respeito dos criminosos, os estudiosos do tema tem buscado conceituar tipologias dos perpetradores. Historicamente, o capitão Frank A. Bolz Júnior, do Departamento de Polícia de Nova Iorque/EUA, classifica-os em três tipos fundamentais:

O primeiro deles é o criminoso profissional.

É o indivíduo que se mantém através de repetidos furtos e roubos e de uma vida dedicada ao crime.

Essa espécie de criminosos geralmente provoca uma crise por acidente, devido a um confronto inesperado com a polícia, na flagrância de alguma atividade ilícita.

O grande perigo desse tipo de causadores de ventos críticos está nos momentos iniciais da crise. Os primeiros quarenta e cinco minutos são os mais perigosos. Após esse período de tempo, vendo-se senhores da situação, esses denominados criminosos profissionais são até fáceis de lidar.

O segundo tipo é o emocionalmente perturbado.

Pode ser um psicopata ou simplesmente alguém que não conseguiu lidar com seus problemas de trabalho ou de família, ou até mesmo um psicopata que esteja completamente divorciado da realidade.

O exemplo clássico que se tem desse tipo de causador de eventos críticos no Brasil é o “atirador do Shopping Morumbi” – Mateus da Costa Meira. Outro exemplo desse tipo de perpetrador de crises no Brasil é o daquele desempregado que se apropriou de um avião da VARIG, em Goiânia/GO, em novembro de 1988, exigindo que o piloto lançasse o avião sobre o Palácio do Planalto, “para matar o Presidente José Sarney”.

Estatisticamente, esse é o tipo de indivíduo que causa a maioria dos eventos críticos. Brigas domésticas, problemas referentes à custódia de menores, empregados revoltados ou alguma mágoa com relação a autoridade de destaque podem ser o estopim para a prática de atos que redundem em crises. Essas situações são as mais difíceis de lidar.

O terceiro e último tipo é o terrorista por motivação política ou religiosa. Essa espécie de perpetrador é, de longe, a que causa maior alarde. Basta acompanhar as notícias internacionais para constatar as repercussões causadas por esse tipo criminoso. No Brasil, esses criminosos foram muito ativos durante o início da década de 70, no auge do governo militar, mas no cenário atual não se tem registrado ocorrências dessa natureza.

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