Um bom departamento de recursos humanos é um dos principais eixos para um eficiente sistema de equipes de segurança, visando, é claro, reduzir os riscos na organização. Nesse ponto, espera-se que as equipes, formada, geralmente, por vigilantes e porteiros, estejam sempre atentas e prontas para reagir em casos de ameaças.
Entretanto, infelizmente, isso nem sempre é uma realidade. Nunca podemos nos esquecer que estamos trabalhando com seres humanos. Pessoas com limitações e que sofrem influências do meio ambiente nos quais que estão inseridos.
Por esse motivo, para que possamos ter uma visão mais ampla sobre esse tema, nesse texto abordaremos algumas causas da fadiga, os riscos inerentes a isso e também como os gestores podem lidar com isso, visando sempre poder reduzir os problemas gerados.
As causas da fadiga nas equipes de segurança:
Escalas de trabalho
Pense em você trabalhando por 12 horas ininterruptas. Agora acrescente a isso ter que se manter em pé, em um determinado posto de trabalho, com atenção constante e sem poder relaxar. Realmente parece cansativo, não é?
Essa divisão permite que os funcionários possam descansar adequadamente e que as empresas tenham sempre profissionais disponíveis em guardar e proteger o local. Porém, diversas vezes, os vigilantes por ter tempo disponível, acabam trabalhando em duas empresas diferentes, causando um cansaço muito maior e, automaticamente, fadiga em ambos os postos.
Trabalho noturno
Trabalhos noturnos são exigências para todas as equipes de segurança. Entretanto, estudos comprovam que durante esse tipo de turno a produtividade e eficiência caem muito, além de prejuízos à saúde dos funcionários.
Segundo James C. Miller, que desenvolveu alguns estudos sobre o tema na área de segurança, os seres humanos possuem pelo menos 4 sistemas que atuam à noite em nosso cérebro e nos estimulam a dormir.
Entre eles, destacamos o ciclo circadiano e a homeostase biológica que funcionam de forma similar a um “termostato” de sono, que nos levam a dormir. Esses sistemas trabalham de forma conjunta para nos manter alerta durante o dia e com sono durante a noite.
Estudos demonstram que precisamos dormir pelo menos 8 horas por dia e que, quando isso não acontece, vamos gerando um déficit que, em algum momento precisará ser suprido. Isso é particularmente preocupante para os trabalhadores noturnos que necessitam dormir de dia, contrariando suas características biológicas e tendo que lidar com excesso de luminosidade e barulho, dificultando o sono que irá descansá-lo.
Estresse e estrutura de trabalho
Por fim, outro ponto importante que deve ser levado em conta na fadiga das equipes de segurança, refere-se ao estresse inerente às particularidades da função e às estruturas dos locais de trabalho.
Os profissionais de segurança podem trabalhar em situações de risco permanente com atuações de criminosos de forma periódica. Isso leva os funcionários a níveis de estresse muito altos por um longo período de tempo, o que além de ser prejudicial à saúde no longo prazo, gera situações de desmotivação e cansaço constantes.
Além disso, a estrutura no local de trabalho pode influenciar diretamente o nível de fadiga da equipe. Aqui, nos referindo a questões relacionadas a ergonomia, tempo em que o vigilante permanece em pé, proteções contra intempéries, uniformes e EPIs adequados, banheiros e vestiários para troca de roupa e guarda de bens pessoais etc.
Esses pontos são muito importantes e podem amenizar a rotina cansativa dos profissionais.
Como gerenciar a fadiga das equipes de segurança
Geralmente, quando se flagra um vigilante ou porteiro dormindo durante o turno de serviços ou que cometa alguma falha por estar muito cansado, a postura dos gestores é de punição ou até mesmo de substituição dos funcionários.
São poucas as organizações que procuram entender a fundo o problema, buscando as raízes para enfrentar a questão. É mais fácil dizer que o profissional é preguiçoso e que não serve para a função. E aí se busca um novo vigilante ou porteiro e o problema se repete.
Desta forma recomendamos as seguintes abordagens aos gestores de segurança no enfrentamento da questão:
1. Converse individualmente com os profissionais
Procure entender a realidade de cada profissional. Identifique se ele possui dois empregos, entenda seus hábitos de alimentação e de sono, suas necessidades financeiras, seus problemas familiares e o tempo de deslocamento até o posto.
2. Levante informações sobre local de trabalho
Analise a estrutura do local de trabalho, levantando informações sobre escala de trabalho, condições gerais e outras variáveis que podem afetar a motivação e a fadiga dos funcionários, conforme já citamos anteriormente.
3. Plano de ação individual
Tendo como base a conversa individual, elabore um plano de ação para tentar enfrentar a questão da fadiga da equipe de segurança. Seguem algumas sugestões de ações que podem ser tomadas:
A importância de gerenciar a fadiga dos vigilantes
Como se vê, a fadiga das equipes de segurança é algo muito sério e um desafio para os gestores de segurança. A abordagem desse problema deve ser constante e feita de forma individual e consistente.
Não se pode tratar a questão de forma simplista, achando que o problema está relacionado ao “caráter” do funcionário, que é definido como preguiçoso ou desatento. Lembre-se que equipes de segurança que se sintam cansadas serão uma ameaça muito grande a empresa ou condomínio, podendo colocar em risco o patrimônio e a proteção das pessoas.